Segurança pública em colapso: facções se unem em Minas enquanto Zema vende um estado “seguro”

24 de outubro de 2025

O governador Romeu Zema insiste em repetir, em entrevistas e propagandas oficiais, que Minas Gerais é um dos estados mais seguros do Brasil, com índices de criminalidade em queda e “facções sem vez” no território mineiro.
Mas a realidade que chega das ruas — e agora das próprias redes criminosas — é o oposto do discurso do governador.

Nos últimos dias, um comunicado atribuído a quatro facções criminosasPrimeiro Comando da Capital (PCC), Terceiro Comando Puro (TCP), Família Anjo Rebelde (AR) e Tropa do Douglas (TDD) — passou a circular nas redes sociais, anunciando uma suposta união estratégica em Minas Gerais.
O texto, que cita “paz, justiça, união e liberdade”, afirma que “a era da divisão terminou” e que os grupos agora “agem com um só propósito”.

Mesmo que o documento ainda esteja sendo verificado por especialistas, o simples fato de essa mensagem circular entre criminosos já revela o avanço da criminalidade organizada em território mineiro — algo que Zema nega insistentemente, ignorando o alerta de policiais civis e especialistas em segurança pública.

“O que estamos vendo é a expansão silenciosa das facções. Enquanto o governo corta recursos, desvaloriza a Polícia Civil e fecha os olhos para o problema, o crime se articula e ganha força”, destaca o presidente do Sindpol/MG, Wemerson Oliveira.

📉 O discurso não condiz com a realidade

Especialistas ouvidos pela imprensa reforçam que, caso confirmada, essa articulação entre facções indica um rearranjo estratégico do crime em Minas, que pode até reduzir confrontos imediatos, mas fortalece o poder das organizações criminosas a médio e longo prazo.
Na prática, isso significa mais influência, mais lavagem de dinheiro e mais controle territorial, especialmente em regiões onde o Estado tem falhado em investir em investigação e inteligência policial.

E essa falha é nítida: a Polícia Civil de Minas trabalha com quase metade do efetivo necessário, com delegacias sucateadas e servidores sobrecarregados. Faltam recursos, tecnologia e valorização.

“Quem investiga o crime, quem prende o bandido, é o policial civil. Mas o governo de Minas virou as costas para a segurança pública”, critica Wemerson.

Enquanto Zema aumenta o próprio salário em quase 300%, os profissionais que enfrentam o crime todos os dias seguem com perdas salariais de quase 45% desde 2015, sem recomposição e sem estrutura mínima para trabalhar.

⚠️ A farsa do “estado seguro”

A possível união entre PCC, TCP, Família AR e Tropa do Douglas é um alerta grave.
Mostra que, longe da propaganda oficial, Minas Gerais vive um cenário de enfraquecimento das forças de segurança e avanço do crime organizado — resultado direto da falta de investimento, da precarização da Polícia Civil e da omissão do governo estadual.

O Sindpol/MG reforça que não há segurança pública forte sem valorização dos seus profissionais.
Enquanto o governador nega a realidade e tenta maquiar números, quem sente o impacto nas ruas e nas delegacias é o cidadão mineiro — refém da violência e do descaso estatal.


📢 O Sindpol/MG continuará cobrando investimentos, valorização e transparência na segurança pública.
A verdadeira paz não vem do marketing.
Vem de uma polícia forte, valorizada e com condições de enfrentar o crime organizado.