Reforço para a Copa dá resultado.

Reforço para a Copa dá resultado

O reforço do policiamento ostensivo em Belo Horizonte por causa da Copa do Mundo pode ter contribuído para a queda de quase todos os indicadores de violência. Até mesmo o roubo, que mantinha uma tendência de alta significativa nos últimos meses, apresentou redução de 15,14% na comparação de junho com maio. A queda no último mês, no entanto, não foi suficiente para neutralizar a alta no número de roubos dos últimos seis meses – na comparação do primeiro semestre deste ano com o mesmo período de 2013, o aumento foi de 27,52%.

De fato, a Copa, no caso de Belo Horizonte, certamente contribuiu para a contenção e queda de números de criminalidade de maneira geral. Contudo, a estatística de junho revela que de forma linear todas as grandes cidades do Estado apresentaram redução nos índices. É claro que essa presença policial contribui para a prevenção, sobretudo nos crimes contra o patrimônio, cuja solução principal é uma presença muito ostensiva da PM, mas não é o motivo, já que nos últimos dez dias, desde o fim do Mundial, continuam os indícios de queda”, explicou o secretário Rômulo Ferraz.

No caso da capital, houve uma redução de quase todos os índices de criminalidade nos últimos seis meses. Também na comparação de junho com maio, apenas tentativa de estupro e extorsão mediante sequestro não tiveram redução.

Impunidade. Além dos números, Rômulo Ferraz apresentou nessa quarta os primeiros resultados do programa Pacto contra a Impunidade, criado para reduzir a reincidência, um dos principais aspectos do aumento da violência. Da lista de prioridades criada para agilizar processos de criminosos reincidentes, 40% foi executada – dos 6.741 bandidos listados, 2.687 foram detidos.

O programa foi lançado em abril. Foi criada uma lista com suspeitos de no mínimo seis furtos, dois roubos ou um homicídio associados a outro tipo de crime. Os nomes foram ligados ao programa a partir de uma pesquisa feita pelo setor de Registros e Eventos da Seds e repassados para as polícias Militar e Civil. Também estão envolvidos na ação o Judiciário e o Ministério Público, já que a demora para os julgamentos é um dos fatores que contribuem para a reincidência e a consequente sensação de impunidade.

“Consideramos o número positivo. Belo Horizonte, por exemplo, teve o maior percentual de recolhimento (no Estado), de 49%. Com isso, no futuro, queremos incluir outros indivíduos no projeto”, afirmou Ferraz. Segundo ele, cerca de 90% dos crimes contra o patrimônio são praticados por reincidentes.

Destaques

Prisões. Belo Horizonte, Contagem, Vespasiano e Juiz de Fora foram as cidades que conseguiram prender mais pessoas da lista dos reincidentes. Só na capital foram 867 detidos.

Menor fica de fora por falta de vagas

O programa Pacto contra a Impunidade começou em abril e contempla, por enquanto, apenas maiores de 18 anos. A expectativa do governo é que no próximo balanço a lista de menores seja apresentada. Serão cerca de mil jovens e, segundo o secretário Rômulo Ferraz, são eles os que mais reincidem.

A justificativa da secretaria para a demora na inclusão desses jovens no programa é a falta de vagas nos centros socioeducativos. O governo espera, até o fim do ano, conseguir abrir pelo menos 300 vagas no sistema com a inauguração de cinco centros no Estado.

Viaturas
O governador Alberto Pinto Coelho (PP) entregou nessa quarta 79 novas viaturas para a Polícia Civil. Foram investidos R$ 3,3 milhões na compra dos veículos, que serão enviados para 42 municípios. Entre os carros estão 20 Palios, 17 Focus e 42 Fiestas. Todos equipados para a atividade policial, mas alguns descaracterizados porque serão destinados à realização de trabalhos de investigação. A solenidade, realizada na Cidade Administrativa, contou com a participação do secretário de Estado de Defesa Social, Rômulo Ferraz, e do chefe da Polícia Civil, Oliveira Santiago.

Fonte: O Tempo