Reflexões sobre a greve
Caros companheiros da Polícia Civil,
Depois de quase 12 meses de mobilização e quase 100 dias de greve, alternados em duas oportunidades, de maio a julho e do dia 4/11 a 1/12, podemos refletir que nas dezenas de reuniões e assembleias gerais, se não saímos maiores, saímos mais fortes e nossa luta mais reconhecida no contexto do serviço público e nas prioridades governamentais.
A conquista de um reajuste, mesmo que parcelado, em circunstancias nas quais o governo alegava e relutava em não conceder, conseguimos mobilizar toda uma categoria por uma pauta que estava esquecida: valorização e modernização. Resgatamos bandeiras de dignidade e respeitabilidade de outros órgãos com relação ao nosso, que antes não eram consideradas dentro de uma política imposta de integração entre as forças policiais.
Com a revogação da resolução 148 conseguimos delimitar nosso espaço exclusivo de atuação. Com a publicação do edita de concurso para Escrivães e Delegados e o compromisso da realização de certame para Investigador, demonstrou-se a importância da voz de cobrança de um sindicato. a elaboração de um texto substitutivo de Lei Orgânica, com o apoio e consenso de outras entidades de classe que representam os demais seguimentos importantes da Polícia Civil, destaca a liderança e proatividade de nosso sindicato.
O “incomodo” administrativo que causou a afixação de faixas e cartazes, demonstra que a verdade não pode ser escondida, mas sim denunciada e desnudada, como outros seguimentos do serviço público muito bem o fizeram, fazem e continuarão fazendo, como é o caso dos trabalhadores do Tribunal de Justiça MG, em greve há mais 20 dias e o ato de afixarem cartazes alusivos a greve em todas as unidades do Estado, e principalmente na sede do Poder Judiciário, não foi rechaçado pelos dirigentes do órgão, que tampouco impediu que o atendimento a população continuasse a ser dispensado.
Durante nossa mobilização neste ano de 2011, no vácuo de nossa pauta, outras categorias se mobilizaram e também alcançaram parcialmente seus objetivos: PM, Saúde, Educação, Meio Ambiente, Eletricitários, servidores da ALMG, servidores do MP, servidores do Judiciário. Porém, no somatório das conquistas, tanto financeiras quanto institucionais, cremos termos dado um passo a frente, e ainda queremos e temos muito a percorrer.
A greve é o maior e mais eficiente instrumento republicano de se reivindicar, pressionar e conquistar direitos omitidos ou negados, de uma categoria. De tão sagrado e legitimo que é, está previsto no texto de nossa Carta Magna, em seu art. 8º e 9º, não podendo o Poder Público nele interferir, salvo em caso de abuso. Porém, esse direito que não pode ser suprimido, massacrado ou negado, também não deve ser banalizado, por isso é que somente a categoria pode definir a forma, o momento, a conveniência e a oportunidade de exercê-lo com liberdade e responsabilidade.
A direção do SINDPOL/MG entende que no compito final, toda essa mobilização de 2011 foi positiva, não obstante os fatores alheios do cenário externo, que de certa forma interferiram nos resultados de nossas ações. Há ainda um longo caminho a percorrer. Com o envio do projeto para a ALMG no dia 18/12, urge uma necessidade de mobilizarmos muitos, de forma ainda mais organizada, acompanhando e participando ativamente da tramitação e aprovação dessa matéria na Casa Legislativa.
Teremos ainda em 2012, ano eleitoral, grandes desafios no cenário nacional, onde travaremos uma batalha no Congresso junto às nossas Federações e Confederação, pela defesa radical de nossos direitos, como aposentadoria especial, Lei Orgânica nacional, dentre outros, que correm o risco de serem alterados em nosso detrimento.
Neste ano de 2011 demos apenas um passo, mas um passo firme, forte e decisivo para uma longa caminhada em 2012. A direção do SINDPOL/MG espera poder contar com você!
A luta continua!