Quadrilha que aplicava golpe do sapatinho é presa
Um dos crimes mais praticados contra bancos, segundo a Polícia Civil – o sequestro mediante extorsão de bancários, também conhecido como "golpe do sapatinho" -, sofreu uma baixa, na região metropolitana de Belo Horizonte, após a prisão de nove integrantes de uma das principais quadrilhas especializadas nesse tipo de ação. As investigações, que começaram há cerca de três meses, revelaram que o grupo é responsável por uma série de ataques. Os suspeitos foram apresentados, ontem, na 4ª Delegacia Especializada de Repressão às Organizações Criminosas (Deroc).
De acordo com o delegado Thiago Machado, os suspeitos planejavam roubar de R$ 600 a R$ 700 mil de uma agência do Banco do Brasil, no último dia 6, em Barão de Cocais, na região Central de Minas. Os criminosos foram flagrados momentos antes da tentativa de abordagem ao gerente da agência. "Durante pelo menos um mês, eles levantaram a vida desse bancário, estudando sua rotina e também a de sua família. Só não cometeram o crime porque conseguimos prendê-los na hora certa", afirma o policial.
De acordo com Machado, os suspeitos estavam em dois carros, parados perto do banco onde a vítima trabalha e da casa onde mora, quando foram presos. Em um dos veículos, estavam Marcus Vinícius Marques, 45, Fabiano Soares, 27, e o chefe do grupo, Marcos Vinícius Pinto, 29, conhecido como Torosca.
Eles não ofereceram resistência à prisão. No carro, havia uma pistola calibre 380 e um revólver 38, além de um rolo de fita que seria usado para amordaçar as vítimas. No outro carro, estavam Richard Machado Cerqueira, 20, Paulo César Ribeiro, 32, e uma adolescente de 17 anos, que receberia R$ 20 mil para vigiar as vítimas. Outra integrante do grupo, Luana Julho Martins, 21, foi presa na capital, assim como David Bener Dutra da Silva, 27.
"As mulheres contratadas pela quadrilha, geralmente de boa aparência e bem-vestidas, estudavam as vítimas, dentro dos bancos, sem levantar suspeitas", revela o delegado. Segundo ele, os suspeitos devem responder por formação de quadrilha, extorsão mediante sequestro, roubo, porte ilegal de arma de fogo, uso de documento falso e corrupção de menores.
Fonte: Jornal O Tempo, 12 de março de 2013