De acordo com a presidente do Sinprf-MG, inspetora Maria Inês Miranda, a ação deverá ter adesão de chefes das 18 delegacias da polícia em Minas. O protesto já aconteceu em outros Estados. "Quem vai entregar os cargos são os chefes de delegacias, de sessões e de setores. São todas funções de uma responsabilidade enorme", afirmou.
A inspetora explica que, apesar da importância dessas atividades, quem exerce essas funções recebe apenas cerca de R$ 100 a R$ 200 a mais por isso. "Fui chefe do setor financeiro da polícia no Estado inteiro por dez anos e só ganhava R$ 100 a mais", contou Maria Inês.
O Ministério do Planejamento informou que ofereceu aos policiais rodoviários um reajuste de 15,8%, em três parcelas, mesmo valor oferecido a outras categorias. Os grevistas, entretanto, recusaram fazer o acordo.
A Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF) informou que 24 unidades regionais estão paralisadas. A federação estima que, a partir de amanhã, 70% da categoria deve estar de braços cruzados. Eles voltam a se reunir com o secretario das Relações de Trabalho, Sérgio Mendonça, na segunda-feira.
Sem acordo. Policiais federais em greve também se reuniram ontem com o governo federal e, mais uma vez, nenhum acordo foi fechado. À tarde, a Federação Nacional dos Policiais Federais se reuniu, por meio de videoconferência, com os sindicatos estaduais e aprovou, por unanimidade, a continuidade da greve.
Os agentes, escrivães e papiloscopistas (peritos) paralisados receberam a proposta de reajuste de 15,8%. Segundo o Ministério do Planejamento, a demanda da federação será levada ao Ministério da Justiça, e uma nova reunião deve ocorrer na próxima semana.
Ponto. O governo também manteve a ameaça de cortar o ponto dos grevistas e punir quem cometer abusos de poder. Os policiais pedem que o piso salarial, atualmente em R$ 7.200, suba para R$ 11 mil. Eles também querem a reestruturação da carreira.
A greve dos funcionários técnico-administrativos da Universidade Federal de Itajubá (Unifei), no Sul de Minas, trouxe prejuízos ainda maiores para os alunos que ficaram sem aula. Como muitos dos estudantes estão fora da cidade, nas últimas semanas, diversas repúblicas foram arrombadas. Segundo informações da Polícia Militar (PM), as invasões às moradias cresceram cerca de 30%.
Ainda de acordo com a PM, o bairro preferido dos assaltantes é o Pinheirinho, onde fica a maior parte das repúblicas. Semente neste ano, pelo menos 18 casas foram arrombadas nos bairros próximos à universidade federal.
Retorno. A Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras confirmou ontem que um acordo foi fechado com o governo federal, e que os servidores técnico-administrativos retornarão ao trabalho na segunda-feira. Além do reajuste de 15,8%, eles passarão a receber gratificações por qualificação. Profissionais com especialização receberão um aumento de 30%. Já os com mestrado, terão um abono de 52%. Servidores com doutorado passam a ter 75% de gratificação.
Fonte: Jornal O Tempo, 24 de agosto de 2012