Publicado no jornal O Tempo, em 21/08
Um policial civil que aplicaria exames de direção no bairro Bandeirantes, na região da Pampulha, em Belo Horizonte, reagiu a um assalto e matou o bandido na manhã de ontem. A tentativa frustrada aconteceu no mesmo quarteirão onde são feitos exames para Carteira Nacional de Habilitação do Departamento de Trânsito (Detran). No local, havia cerca de 50 aluno e 40 policiais.
Segundo o coordenador de Operações Policiais do Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG), delegado Cláudio Ustch, a tentativa de assalto aconteceu por volta das 7h30 na rua Sebastião Antônio Carlos, a menos de 2 m da rua Professor Alberto Deodato, onde os exames começariam às 8h – mesmo com o crime, as avaliações ocorreram normalmente; foram 330.
“Os dois suspeitos estavam em uma moto e assaltaram uma mulher que fazia caminhada. Levaram o celular e uma correntinha. A intenção deles era fazer um arrastão. No entanto, em seguida, ao tentar roubar o carro de um policial que chegava ao local, o outro policial percebeu a abordagem e reagiu. Os dois entraram em luta corporal, o assaltante chegou a disparar, mas o gatilho da arma quebrou. O policial (que havia sido abordado pelo ladrão) acabou matando o assaltante. O comparsa conseguiu fugir na moto”, explicou o delegado.
MEDO. Uma comerciante que mora no bairro a 20 anos contou que ouviu quatro disparos. “A gente se ilude, achando que é seguro estar em uma área que tem muitos policiais, mas os bandidos não se intimidam mais. Acho que eles não conheciam a região, porque a mais de dez anos há os exames. É uma audácia, essa hora da manhã e cheio de carros”, desabafou.
O instrutor de uma auto escola relatou que a área tem sido alvo de constantes assaltos. Os bandidos já seriam, inclusive, conhecidos na região. “Tenho amigos que trazem os alunos aqui antes para treinar, e ficamos reféns da violência. Não tem hora. Uma aluna teve a bolsa furtada ao meio-dia”, afirmou.
A estudante Larissa Teixeira, 20, era uma das alunas que aguardavam para realizar o exame. “Ficamos com medo. Não temos segurança nem nessa situação”, contou.
Visão do Sindpol/MG
O fato ocorrido, só vem demonstrando ainda mais o risco inerente da profissão, justificativa primordial para embasar o fundamento dos direitos previdenciários que hoje estão sendo negados pelos Governos Estadual e Federal. Ser Policial Civil é de condição de extremo risco e de explicita exposição da vida, da segurança e da integralidade física, em defesa da sociedade, do patrimônio público, privado e até da sua própria vida e de seus familiares. A direção do sindicato está acompanhando de perto toda tratativa em defesa dos policiais que se envolveram neste caso, inclusive já acionou a Administração Superior, para que todo apoio seja dispensado ao mesmo e avalia no todo a posição e o pronunciamento feito pela chefia imediata da Coordenação de Operação Policiais.
Fonte: O Tempo (com adaptações do Sindpol/MG)