SÃO PAULO. A polícia prendeu, na madrugada de ontem, em Itapevi, na Grande São Paulo, o quarto suspeito de fazer parte da quadrilha que assaltou e queimou viva a dentista Cinthya Magaly Moutinho de Souza, 46, na última quinta-feira. Thiago de Jesus Pereira, 25, cujo retrato falado foi divulgado no sábado, confessou a participação em assaltos a outros consultórios, mas negou ter participado no que resultou na morte da dentista. Mas a polícia não tem dúvidas de que ele é um dos quatro que atacaram Cinthya. Pereira foi preso por volta das 2h40 em uma casa na rua Eduardo de Abreu, 18, no bairro de Engenheiro Cardoso, em Itapevi. Policiais militares chegaram ao esconderijo após denúncia anônima feita ao Centro de Operações da Polícia Militar (Copom). Ainda ontem, ele foi transferido para a Cadeia Pública de São Caetano do Sul, na Grande São Paulo. Pereira é o quarto suspeito preso sob a acusação de participação no crime. Entre eles, há um adolescente de 17 anos. Todos confessaram participação no assalto, segundo a polícia. A responsabilidade por atear fogo teria sido assumida pelo menor de idade, que depois acusou outro integrante do grupo. A polícia ainda precisa confirmar quem realmente ateou fogo à dentista. Os outros dois presos são Victor Miguel Souza Silva, 24, e Jonatas Cassiano Araújo, 21, filmado pelo sistema de segurança de um posto de combustíveis. Ele usou um carro da mãe, um Audi, no assalto. Balanço. Dez adolescentes foram detidos a cada dia na capital paulista, em média, nos três primeiros meses deste ano. O número de apreensões de menores de 18 anos aumentou mês a mês no período, passando de 279 em janeiro para 345 em março. De todas as prisões feitas na cidade, os adolescentes aparecem em 8,1% dos casos, segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública. Os números foram divulgados ontem. Denúncias. Ontem, o Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (Crosp) anunciou a criação de um canal de comunicação para a classe denunciar assaltos, violência ou similares, ocorrido em consultórios e clínicas. As denúncias poderão ser feitas pelo e-mail [email protected] e por um 0800 (já solicitado para a operadora), que será divulgado em breve. Canal Conselho em Minas está atento a casos A ação de criminosos em consultórios odontológicos de Minas Gerais também é acompanhada de perto pelo Conselho Regional de Odontologia (CROMG). Nos últimos 30 dias, dois casos de assaltos a dentistas no Estado foram relatados à entidade, que criou a Comissão de Acolhimento para manter contato com os profissionais. "O crime registrado em São Paulo é uma barbárie e isso pode vir em uma escala crescente. É preciso cuidados, como evitar atender sozinho, e manter o CRO informado para que possamos atuar junto às autoridades de segurança", observou o presidente da entidade, Luciano Elói Santos. O telefone do CRO-MG é (31) 2104-3000. Em maio de 2010, um homem acusado de uma série de assaltos e estupros a dentistas foi preso em Minas e, sete meses depois, condenado a 82 anos de prisão. Na época, Arquimedes de Abreu Filho, 50, fez oito vítimas. Fonte: O Tempo