Polícia Federal revela esquema bilionário de corrupção e mineração ilegal em Minas Gerais e expõe abandono da Polícia Civil

18 de setembro de 2025

Polícia Federal revela esquema bilionário em Minas Gerais

A Operação Rejeito, deflagrada nesta quarta-feira (17) pela Polícia Federal em parceria com o Ministério Público Federal (MPF) e a Controladoria Geral da União (CGU), revelou o maior escândalo ambiental e de corrupção já exposto em Minas Gerais. O esquema envolvia mineração ilegal em áreas de preservação, corrupção e lavagem de dinheiro, com potencial de causar um prejuízo superior a R$ 18 bilhões.

As investigações apontam que o grupo criminoso obteve lucros projetados em cerca de R$ 9,54 bilhões, utilizando fraudes e corrupção para sustentar operações ilegais em regiões como a Serra do Curral, em Belo Horizonte, e a Serra de Botafogo, em Ouro Preto. Durante a operação, foram bloqueados bens avaliados em R$ 1,5 bilhão.

Mandados na Cidade Administrativa e afastamento de servidores

A operação cumpriu mandados de busca e apreensão inclusive na Cidade Administrativa, sede do governo mineiro. O impacto foi imediato: servidores ligados ao alto escalão do Estado foram afastados, como o ex-presidente da Feam, Rodrigo Gonçalves Franco, e o presidente do Iepha, João Paulo Martins, exonerado um dia após a ação.

Esses fatos expõem não apenas a gravidade do esquema, mas também a proximidade das fraudes com o núcleo administrativo do governo estadual.

Sindpol questiona: onde está a Polícia Civil?

Diante da revelação, o Sindpol/MG questiona: se a Polícia Civil é a polícia investigativa de Minas Gerais, por que o governador Romeu Zema mantém a instituição sucateada, sem efetivo e sem estrutura?

Delegacias em todo o estado enfrentam infiltrações, viaturas sem manutenção, falta de combustível e um déficit de servidores que chega a quase 50% do efetivo necessário. Em vez de fortalecer a investigação criminal mineira, o governo fecha os olhos, enquanto esquemas bilionários crescem debaixo de sua administração.

Só a investigação criminal pode enfrentar o crime organizado

Para o Sindpol, o episódio da Operação Rejeito mostra o quanto a investigação criminal é essencial para proteger o patrimônio público e o meio ambiente. E essa atribuição é, por lei, da Polícia Civil nos estados.

No entanto, com o abandono e a falta de valorização, a Polícia Civil de Minas Gerais deixa de estar na linha de frente em investigações dessa magnitude, enfraquecendo o combate ao crime organizado e à corrupção.

Conclusão

O Sindpol/MG reforça que continuará denunciando o sucateamento da Polícia Civil e cobrando investimentos reais para que a instituição cumpra seu papel constitucional. Segurança pública não se faz com propaganda, mas com investigação séria, estrutura e valorização dos policiais civis.