Matéria publicada no jornal O Tempo, por Joana Suarez, em 09/01/2018
Praticamente dia sim, dia não teve um roubo a banco em Minas Gerais no ano passado. E a maioria das notícias desse crime os bandidos não são encontrados, deixando apenas o estrago financeiros, estruturais e na sensação de segurança dos moradores. Certos de que vão combater essa prática agora com mais foco e eficiência, chefes da Polícia Civil anunciaram nesta terça-feira a criação de uma delegacia especializada em investigação e repressão ao roubo a banco no Estado. Serão 20 policiais realocados para essa função.
“Em 2010 esse crime ficou conhecido como um pseudo cangaço. Mas em Minas não tem cangaço, se tiver nos seremos o chefe da volante para combatê-los. Vamos identificar e neutralizar células criminosas, com trabalho de inteligência, agindo preventivamente, acompanhando e fazendo interceptação”, afirmou o chefe adjunto da Polícia Civil, Rogério de Melo Franco, reforçando que os roubos a bancos são graves principalmente porque aumentam a sensação de insegurança na sociedade.
Em 2017, foram 149 ocorrências no Estado, número que foi 31% menor que no ano anterior, quando em 2016 tiveram 216 roubos a banco.
Além da delegacia especializada nesse crime, que funcionará no prédio do Departamento de Operações Especiais (Deoesp), está sendo criada também a de furto e roubo e desvio de cargas e a específica de crimes rurais.
A nova equipe contará com a ajuda dos departamentos do interior do Estado e de atiradores de elite do Core (Coordenadoria de Recursos Especiais), que começará a funcionar em breve, segundo Franco. O perfil das quadrilhas que atuam nessa prática, explica a chefia da polícia, é diverso mas normalmente são pessoas de outros Estados.
A criação de um departamento especializado não é novidade em Minas. O chefe adjunto não rememorou a tentativa do passado mas frisou que dessa vez partirá para o confronto com os bandidos: “e eles virão na horizontal”. Franco não detalhou, no entanto, se haverá aumento de efetivo e novos investimentos na Polícia Civil que vem passando por grave crise denunciada pelos sindicatos da categoria.
Fonte: O Tempo