Polícia busca mais seis suspeitos
Além dos 14 bandidos que trocaram tiros com a polícia em Itamonte, no Sul de Minas, no último sábado, pelo menos outros seis integrantes da quadrilha especializada em explodir bancos participaram da ação dando apoio logístico na região e teriam conseguido fugir.
De acordo com o chefe das investigações em Minas, delegado João Euzébio, eles dariam cobertura aos criminosos que foram até Itamonte fazer o assalto. “Eles cuidavam do contato entre os bandidos, e ficavam de dar avisos no caso da chegada de reforço policial e indicar rotas de fugas”, explicou o delegado.
Apesar das buscas durante todo o dia de ontem, inclusive com uso de helicóptero, Euzébio praticamente descartou a possibilidade de ainda haver bandidos escondidos na região. “Até agora não tivemos nenhuma pista que leve à indicaçãode que ainda haja algum assaltante aqui. Vamos reforçar o policiamento na região, até para dar uma maior sensação de segurança para a população, que está muito assustada com tudo o que aconteceu aqui”, disse.
Para não atrapalhar o andamento das investigações, a polícia prefere não informar se os foragidos já foram identificados, mas segundo o delegado, praticamente toda a quadrilha é da cidade de Mogi das Cruzes, na grande São Paulo.
Segundo a polícia paulista, a quadrilha que atuou em Itamonte é responsável por pelo menos 12 explosões de caixas eletrônicos em São Paulo, em 2013. Já segundo o secretário de Estado de Defesa Social de Minas Gerais, Romulo Ferraz, o mesmo grupo pode ter atuado em nove municípios mineiros. “Não podemos dizer que estamos comemorando esse episódio traumático em Itamonte, porque a morte de qualquer pessoa é triste, mas foi um certo alívio”, disse.
Entre os casos suspeitos, estão dois em Itanhandu e um em Itamonte, em novembro do ano passado. “Vamos fazer perícias nas balas usadas nesse assaltos para então podermos imputar a essa quadrilha também esses crimes”, disse o delegado João Euzébio.
Inocente. A Polícia Civil de Minas descartou completamente a tese de que o técnico em segurança do trabalho, Silmar Júnior Moreira, 31, tivesse alguma ligação com a quadrilha. Ele foi morto junto com os bandidos no tiroteio do ultimo sábado em Itamonte. Inicialmente, a polícia tratou Silmar como suspeito, mas após levantamentos, ficou provado que ele foi sequestrado e obrigado a participar da ação. “Infelizmente, morreu um inocente, mas a polícia não teve culpa. No momento do tiroteio, ele estava junto com os bandidos e não foi possível saber que se tratava de um refém que estava no carro com homens que atiravam contra os policiais”, contou o delegado Euzébio.
A confirmação da inocência de Silmar traz a sensação de justiça para aqueles que conviviam com o técnico em segurança do trabalho. “Era uma pessoa honesta e que se dedicou a tirar a escola em que trabalha de uma crise. Merece homenagens pela forma como morreu”, afirmou o diretor do Educandário São Francisco, onde Silmar dava aulas, Hélcio Bustamante.
Fonte: O Tempo