Onda de assaltos põe em xeque segurança nos condomínios.

Onda de assaltos põe em xeque segurança nos condomínios

Os condomínios fechados se popularizaram como uma opção para quem quer fugir da insegurança das grandes cidades. O problema é que, na prática, eles não são sinônimo de proteção. Moradores de Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte, reclamam do crescimento no número de assaltos a condomínios e do que chamam de abandono das autoridades. Já as polícias Civil e Militar informam já ter identificado as duas quadrilhas que atuam na região e dizem estar a procura dos criminosos.
 

Em um único condomínio do município, pelo menos três pessoas foram vítimas da violência nos últimos meses. Apenas na manhã de ontem, foram quatro ocorrências de roubo registradas na Polícia Militar. No último dia 22, O TEMPO mostrou o aumento no número de crimes violentos em toda a cidade.

O engenheiro de minas Ricardo Cardoso Teixeira, 37, foi surpreendido por assaltantes quatro vezes em menos de um ano. Na terceira vez, ele se mudou para um outro residencial, nas proximidades e com maior aparato de segurança, em busca de proteção. Mas sair de casa não foi a solução. Na tarde de anteontem, menos de um mês após a mudança, ele foi novamente vítima de ladrões. “Tem pouco policial, e a resposta deles é muito lenta”.

Na mesma região, um aposentado de 68 anos, que pediu anonimato, foi vítima de um roubo enquanto viajava no feriado de Natal. No caso dele, os bandidos roubaram joias, equipamentos eletrônicos, dinheiro e outros bens. Durante o assalto, eles renderam o vigia do condomínio. “Sinto que cada vez mais nos tornamos prisioneiros de nossas casas, com cercas, muros e câmeras. Somos nós que estamos enclausurados enquanto os bandidos continuam na rua”, desabafa o aposentado.

Trabalho. A Polícia Militar confirma o aumento das ocorrências na região e, segundo o subcomandante da Primeira Companhia Independente da PM, capitão Bruno Coelho, a identidade dos suspeitos já foi repassada para a Polícia Civil. “A maioria dos roubos acontece durante o dia, quando as pessoas saem para trabalhar. Colocamos uma patrulha para fazer policiamento nesse horário e tentar reduzir as ocorrências”, explica o militar.

A suspeita dos militares é que uma quadrilha de Belo Horizonte esteja atuando na região. Os outros criminosos são moradores de um bairro próximo a condomínios da cidade e já trabalharam em algumas casas, o que facilitaria as invasões.

Segundo a Polícia Civil, as investigações estão em andamento e, se ficar comprovada a participação deles, as prisões serão efetuadas.

Oportunidade
Férias.
De acordo com a assessoria de imprensa da Polícia Civil, a onda de assaltos está relacionada com o período de férias. Assaltantes aproveitariam as casas vazias para atacar.

Mais informações
Segundo o capitão Bruno Coelho, há ao menos uma ocorrência de roubo por dia em Nova Lima.

Atualmente, 204 militares do batalhão de Nova Lima atuam também em Raposos e Rio Acima. O número de policiais é considerado baixo pela PM, que pede mais 70 homens.

A Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), responsável pelo repasse do número de ocorrências, só vai se pronunciar nesta segunda.

Fonte: O Tempo