O Sistema de Justiça Criminal erra e deixa comunidade indignada e insegura ao libertar estuprador. Raiva, apreensão, medo, indignação e revolta, uma mistura de sentimentos desencontrados. Assim estão moradores, vizinhos e pessoas que trabalham nas proximidades do prédio de número 77, na avenida Francisco Deslandes, bairro Anchieta, zona Sul de Belo Horizonte. No apartamento 2, do edifício que, curiosamente, se chama “Esperança”, até pouco mais de um ano, o ex-bancário Pedro Meyer Ferreira Guimarães, de 55 anos, morava com sua mãe, Irene. Mãe e filho eram vistos frequentemente em passeio matinal. Pessoas achavam aquele homem estranho, mas nunca desconfiaram de nada. Até que as denúncias bizarras de violência sexual cometidas por ele foram reveladas. O lado sombrio de Meyer foi revelado graças à coragem e determinação de uma de suas vítimas. No ano passado, Meyer foi visto por uma mulher, hoje com 27 anos, que estuprada por ele quando tinha apenas 11 anos. Numa rara demonstração de coragem, ela contou ao pai e, juntos, confirmaram o endereço do estuprador. Acionada a polícia, Meyer foi reconhecido por pelo menos 16 vítimas e, no dia 29 de março de 2012, foi preso. Ele passou a ser conhecido como o “Maníaco do Anchieta”. Um fato curioso é que, ao procurar o endereço na seção de mapas do Google, numa foto de julho de 2011, Meyer aparece do lado de dentro da grade do edifício, numa cena quase que profética de seu futuro na cadeia. Habeas corpus A defesa recorreu sob alegação de que Meyer seria insano. O atraso de quase um ano na elaboração do laudo de sanidade mental criou a situação de excesso de prazo para a instrução criminal, que levou os desembargadores da 5ª Câmara Criminal do TJMG a concederem um habeas corpus ao ex-bancário. Após 328 dias, o laudo de sanidade do ex-bancário ficou pronto esta semana. Segundo o Ministério Público, o laudo atesta que Meyer não é louco e tinha consciência de seus atos. O advogado Lucas Laire, que representa Meyer, disse que ainda não teve acesso ao documento e, iria comentar um processo sob segredo de Justiça. Para ele, Meyer continuará respondendo o processo em liberdade.
Fonte: Hoje em Dia