A Polícia Civil de Minas Gerais publicou o edital do concurso para o cargo de Técnico-Assistente da Polícia Civil e de Atividades Governamentais (TPAG), na área de Auxiliar de Perícia. O certame oferece 104 vagas, exige ensino médio completo e terá provas em Belo Horizonte no dia 29 de março de 2026.

Apesar de representar uma oportunidade para quem deseja ingressar no serviço público, o anúncio gerou uma avalanche de críticas nas redes sociais. O motivo? O salário bruto de apenas R$ 1.990, valor considerado incompatível com a complexidade, a responsabilidade e o risco das funções desempenhadas dentro de uma polícia investigativa.

Em diversos comentários, internautas apontaram que o valor “mal paga as contas da semana”, que o cargo exige atividades altamente técnicas e que o Estado tenta “tapar um buraco gigantesco de efetivo com salários indignos”. Memes ironizando o vencimento também viralizaram, reforçando a percepção de que o governo não valoriza a estrutura da Polícia Civil.

A situação expõe um problema histórico: a defasagem salarial e a dificuldade de atrair profissionais qualificados para funções que exigem precisão técnica, trabalho sob pressão e atuação ao lado de peritos e investigadores. O Sindpol/MG vem alertando há anos que os baixos salários e a falta de recomposição corroem a carreira e prejudicam o funcionamento da instituição.

Enquanto o governo celebra o lançamento do edital, a categoria reforça que concursos não resolvem o problema central: a valorização real dos servidores. Para o sindicato, oferecer vencimentos que se tornaram motivo de chacota nas redes sociais apenas evidencia o distanciamento entre o discurso oficial e a realidade enfrentada pelos policiais civis de Minas Gerais.

As inscrições para o concurso vão de 7 de janeiro a 6 de fevereiro de 2026, pelo site da banca organizadora.