Motoristas mudam hábitos após Lei Seca mais rigorosa.

Motoristas mudam hábitos após Lei Seca mais rigorosa

O pintor R.P.S., de 44 anos, conduzia uma motocicleta após beber sem contar que seria parado em uma blitz da Lei Seca. Nem suspeitava que as três cervejas ingeridas pudessem, ao final, lhe custar mais de R$ 4 mil. Menos ainda que um flagrante iria provocar uma mudança radical na vida dele.

Mas, ele caiu na blitz, ficou preso e, hoje, responde a processo por embriaguez ao volante. Depois de toda a dor de cabeça que teve e que ainda terá e dos gastos, decidiu parar de beber.

Casos como o de R. não são raros, desde que a Lei Seca ficou mais rígida, há exatamente seis meses.

O saldo nesse período, para autoridades, é positivo, com mais pessoas conscientes e que mudaram a rotina e com a fiscalização mais frequente e rigorosa.

A tecnóloga em radiologia S.Q.C., de 28 anos, também reviu as atitudes. Depois de ser pega em uma blitz, ela percebeu que melhor seria parar de beber para não cair noutra.

Esses e muitos outros casos resultam do que a delegada geral de polícia Inês Borges Junqueira, coordenadora de Infrações e Controle do Condutor do Detran/MG, chama de “disciplinar pela punição”. “Nosso intuito é pedagógico. Nossa intenção não é punir, mas disciplinar”, afirma.


Para R. e S. o rigor da Lei Seca significou uma lição que nunca mais esquecerão. No entanto, o delegado Ramon Sandoli, chefe de Operações Especiais do Departamento Estadual de Trânsito de Minas Gerais (Detran/MG), diz que ainda faltam conscientização e educação dos motoristas. “Eles ainda não perceberam que o rigor da Lei Seca veio para ficar”, disse.

Delegados e autoridades acreditam que só o tempo consolidará a cultura do “se beber, não dirija”. Eles concordam também que o número de flagrantes e o movimento na Coordenação de Operações Policiais (COP) do Detran aumentaram, principalmente nos fins de semana.

Balanço

No ano passado, 785 pessoas foram flagradas com sintomas de embriaguez ao volante. Neste ano, de janeiro a maio, já são 844 respondendo a processos.

A estimativa é a de que, até o fim do ano, o número de motoristas autuados deva pelo menos dobrar.

Antes de dezembro de 2012, para constatar o crime de embriaguez, era necessário ter a medição da concentração de álcool no corpo do condutor. Com a mudança vigente a partir de 21 de dezembro do ano passado, há outros meios de punir o motorista alcoolizado.

“Isso aumentou a possibilidade de prisão em flagrante, mesmo daqueles que se recusam a soprar o etilômetro”, disse Sandoli. No caso de o motorista se negar a fazer o teste do bafômetro ou o exame de sangue, um relatório é preenchido e vira meio de prova contra ele. O condutor poderá responder tanto pelo crime quanto pela infração administrativa..

 

Fonte: Hoje em Dia