Manifestação Reúne milhares de pessoas.
Representantes de diferentes movimentos sociais, estudantes e moradores da capital ignoraram, ontem, a liminar do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), que proíbe manifestações no Estado durante a Copa das Confederações, e ocuparam ruas e avenidas do centro da cidade. Eles protestaram contra o aumento das tarifas dos ônibus, em solidariedade às manifestações que ocorrem em todo o país desde o último dia 6, a violência policial e os gastos para a realização dos eventos esportivos.
Segundo a Polícia Militar (PM), 8.000 pessoas participaram da mobilização. O Comando de Policiamento da Capital (CPC) informou que os transtornos provocados foram registrados em um boletim de ocorrência, que seria encaminhado ainda ontem ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais, ao Ministério Público e à Polícia Civil. Não houve registro de violência nem dano ao patrimônio, conforme a PM.
Apesar de os participantes afirmarem não haver uma liderança na manifestação, já que o movimento foi articulado pelas redes sociais, a PM disse que já identificou os organizadores por meio de filmagens feitas pelas câmeras do Olho Vivo. O material foi anexado ao boletim de ocorrência, e eles podem ser multados. “Foi uma manifestação pacífica e por isso não houve a necessidade de utilizar a força policial”, disse a coronel Cláudia Romualdo, comandante do CPC.
Apenas um princípio de confusão foi registrado durante a concentração para o protesto, na praça Diogo de Vasconcelos, na Savassi, quando a PM tentou impedir que os manifestantes marchassem até a praça da Estação, no centro. Em um primeiro momento, a coronel Cláudia havia informado que eles poderiam ocupar apenas um terço das vias no percurso, mas, em seguida, a orientação repassada pelo coronel Antônio de Carvalho, comandante do Policiamento Especializado, era de que a polícia deveria intervir se os participantes tentassem seguir pela rua. O que foi questionado pelos movimentos sociais. “Essa liminar é inconstitucional e uma ameaça à democracia”, disse Gustavo Pessali, 22, do núcleo de articulação do Comitê Popular dos Atingidos Pela Copa.
Fonte: O Tempo