Laboratório vai revelar causa de morte natural e combater epidemias em Minas.

Em 2012, 104.248 pessoas morreram de causas naturais em Minas, um dos Estados ainda sem o Serviço de Verificação de Óbitos (SVO). Criada em 2006 pelo Ministério da Saúde, a rede nacional de SVO é formada por 27 municípios de 13 Estados – a maioria de São Paulo – e o Distrito Federal.

Ao contrário do Instituto Médico-Legal (IML), que é administrado pela Polícia Civil e para onde são levados os corpos das vítimas de violência, o SVO é ligado à saúde pública. Nele são analisadas as mortes naturais por causas mal definidas, desconhecidas ou que não foram atestadas por um médico.

Em Minas, a Secretaria de Saúde (SES) começou a implantar o serviço. A construção do primeiro dos seis prédios do SVO projetados para o Estado foi iniciada, neste mês, ao lado do IML de Belo Horizonte, no bairro Nova Gameleira, na região Oeste.

Inteligência

Com os dados obtidos pelas perícias médicas, as secretarias municipais e de Estado de Saúde poderão traçar políticas públicas de prevenção. “Isso permitirá o planejamento de ações para impedir, por exemplo, uma epidemia”, afirma o coordenador da Comissão Permanente para Implantação da Rede de Serviços de Verificação de Óbitos, Vicente Jau. Ele define o SVO como um grande laboratório de estudo de partes do organismo humano alteradas por doenças.

Ainda de acordo com Jaú, serão analisados óbitos provocados por doenças infecciosas, por problemas crônicos e mortes súbitas. Em todos os casos, a análise será feita quando os médicos não tiverem condições de detectar o que provocou o óbito. “Quando uma pessoa morrer sozinha em casa, sem o acompanhamento de um médico, o corpo será removido para o SVO”, exemplifica.

“É comum constar no atestado de óbito ‘causa mortis’ por parada cardiorrespiratória. O coração de todo mundo que deixa de respirar para de bater. O SVO terá condições de apontar o que causou o mal súbito”, completa o coordenador da comissão.

Dinheiro

Serão investidos cerca de R$ 25 milhões na unidade de Belo Horizonte. A previsão é a de que as obras durem um ano. “A vontade do subsecretário de Vigilância e Proteção à Saúde, Carlos Alberto Pereira Gomes, é que todos os prédios estejam prontos até o fim de 2014”, ressalta.

As unidades do SVO serão distribuídas por macrorregiões, estrategicamente espalhadas pelo Estado. Cada uma vai atender um grupo de municípios vizinhos.

Fonte: Jornal Hoje Em Dia
Minas – 22/01/2013