Juiz de Fora fica sem novos escrivães.

Juiz de Fora fica sem novos escrivães

A Polícia Civil apresentou 13 novos policiais aprovados para o cargo de escrivão que serão lotados no 4º Departamento de Polícia Civil, que abrange, além de Juiz de Fora, mais 85 cidades da Zona da Mata. Apesar do déficit de policiais na 1ª Delegacia Regional de Polícia Civil, em Santa Terezinha, apenas um dos escrivães aprovados em concurso foi destinado para a Regional. Mesmo assim, ele foi designado para atuar na delegacia do município de Rio Novo, que faz parte da Regional de Juiz de Fora. De acordo com a assessoria de comunicação do 4º Departamento, quatro dos novos escrivães foram encaminhados para a Delegacia Regional de Ubá, três para a de Leopoldina e cinco para Muriaé. O fato foi considerado gravíssimo pelo sindicado local dos Servidores da Polícia Civil (Sindpol), que, há anos, vem denunciando a falta de agentes e de infraestrutura na qual se encontra a Polícia Civil no município.

A carência de pessoal na cidade foi mostrada em matéria publicada pela Tribuna no dia 25 de setembro, deste ano. Na reportagem delegados revelaram que precisavam escolher quais crimes investigar, optando pelos mais graves, já que o quadro de servidores não era bastante para suprir a demanda. O déficit também impactava os serviços gerais oferecidos à população, como a vistoria veicular, o setor de habilitação de motoristas e o de emissão de carteira de identidade.

'Déficit gravíssimo'

De acordo com o diretor do sindicado local dos Servidores da Polícia Civil (SINDPOL/MG), Marcelo Armstrong, o número de novos escrivães é muito baixo diante da defasagem de servidores em que se encontra a Polícia Civil. "Temos um déficit gravíssimo, principalmente, no que diz respeito à figura do escrivão. São 23, atualmente, enquanto o ideal seria, pelo menos, 45. Além da carência de servidores, há os casos de desvio de função, férias e licenças, o que acaba prejudicando o esclarecimentos dos crimes. Só na Zona Norte, por exemplo, são dois delegados, dois escrivães e quatro ou cinco agentes trabalhando, para dar conta de uma população de cerca de 150 mil pessoas. O ideal seria que a região contasse com quatro delegados, seis escrivães e 20 agentes. Todos esses problemas já foram denunciados pelo sindicato, mas, até hoje, não tivemos uma resposta positiva do Governo do estado. É preciso uma intervenção, para evitar um colapso, pois a cidade já registra quase cem homicídios." Só na Zona Norte, foram 26 mortes.

Remoção interna

Em novembro, a Polícia Civil de Minas empossou 293 novos escrivães, em cerimônia realizada em Belo Horizonte. Entre eles, os 13 encaminhados ao 4º Departamento. Conforme o superintendente de Investigações e Polícia Judiciária, Jeferson Botelho, um edital de remoção interna de policiais no estado está em andamento, para que servidores peçam transferência entre as unidades. Também já foi autorizado concurso para contratação de 1.497 servidores nas carreiras policiais e administrativas. Serão 121 vagas para médico legista, 95 para perito criminal, 415 para analista e 866 para técnico assistente. Por meio da assessoria do 4º Departamento de Polícia Civil, a Tribuna tentou contato com o chefe do órgão, o delegado Rogério de Melo Franco Assis Araújo, para comentar o assunto, mas ele não pode atender a reportagem em função de outro compromisso.

 

Fonte: Portal Tribuna de Minas, 19 de dezembro de 2012