Investigação descarta queima de arquivo e envolvimento de policial civil
A Corregedoria da Polícia Civil descartou ontem a possibilidade de Sérgio Rosa Sales, 24, primo do ex-goleiro Bruno Fernandes, ter sido vítima de queima de arquivo, em função do processo de desaparecimento e morte de Eliza Samudio. Duas semanas após o assassinato do rapaz, no bairro Minaslândia, na região Norte de Belo Horizonte, as investigações revelaram que ele foi vítima de crime passional.
Os suspeitos de matar o jovem se apresentaram anteontem à polícia e garantiram que não conheciam Sérgio nem sabiam do envolvimento dele no caso Bruno. Conforme as investigações, o pedreiro Alexandre Ângelo de Oliveira, 28, e sua companheira, a cozinheira Denilza Cesário da Silva, 30, confessaram o crime e tiveram a prisão temporária decretada. O casal foi encaminhado ao Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) São Cristovão, em Belo Horizonte. A dupla será indiciada por homicídio qualificado e pode pegar até 30 anos de prisão.
Em depoimento, o casal contou detalhes do assassinato. Na manhã de 21 de agosto, Denilza saiu de casa cedo, para ir ao restaurante onde trabalhava. Na caminhada de quase 30 minutos, ela passou em frente à casa de Sérgio, quando foi abordada por ele. "A mulher disse que o rapaz colocou o pênis para fora e que tentou apalpar as suas partes íntimas. Ela se assustou e fugiu", explicou o delegado Luiz Carlos Ferreira. De acordo com ele, ao voltar do trabalho, a cozinheira encontrou Sérgio novamente. "Aí, ele teria dito que a abordaria da mesma forma no dia seguinte. Ao chegar em casa, Denilza comunicou o assédio ao companheiro, que teria se revoltado", completou o delegado.
ASSASSINATO. No dia 22, quando ocorreu o crime, o casal seguiu de moto até as proximidades da casa do primo de Bruno. A mulher desceu em um determinado ponto e continuou caminhando, acompanhada de longe pelo companheiro. Ao avistá-la, Sérgio teria se aproximado, mas fugiu ao perceber a presença de Oliveira, que estava numa motocicleta. Sérgio foi, então, perseguido pelo homem, que, em seguida, atirou seis vezes. Dois tiros atingiram as costas da vítima. Mesmo ferido, ele fugiu para o quintal de uma casa, onde ficou escondido.
Cercado pelo pedreiro, Sérgio teria dito que estava armado. O atirador fez mais um disparo, acertando uma árvore. Ao perceber que ele não revidava os tiros, Oliveira se aproximou e descarregou cinco tiros em Sérgio, que morreu no local.