Governo reforça crítica à gestão tucana
PUBLICADO EM O TEMPO, por Denise Motta
Sem as esperadas denúncias, o governador Fernando Pimentel apresentou na tarde de ontem um “diagnóstico da situação do Estado”, com base em seu discurso na disputa eleitoral do ano passado, de críticas aos seus antecessores. “Faltou gestão em Minas Gerais. Os exemplos são abundantes”, atacou o petista. E continuou: “A qualidade do serviço público piorou”, em mesmo tom da campanha de 2014.
A desconstrução do Choque de Gestão, bandeira do ex-governador Aécio Neves (PSDB), e a justificativa de aperto de cintos diante de um estado ineficiente e frágil do ponto de vista financeiro foram argumentos usados por Pimentel para dizer que “a situação do Estado é crítica e muito grave”.
A expectativa era que houvesse denúncias pontuais, resultados de auditorias promovidas em 96 dias de administração petista. Mas ficou para um segundo momento o papel de destaque da Controladoria Geral do Estado, sob o comando de Mário Vinícius Spinelli, conhecido por desarticular uma máfia que desviava recursos da Prefeitura de São Paulo. “Tudo será investigado”, limitou-se a dizer em entrevista coletiva, o secretário de Planejamento e Gestão, Helvécio Magalhães.
O governador negou tratar-se de “disputa política” e defendeu a necessidade de recuperar a capacidade gerencial que não existiu na última década.
“O objetivo não é procurar culpados nem jogar pedra no passado”, esquivou-se de dar um tom político em seu pronunciamento de nove minutos à imprensa no Palácio Tiradentes.
Porém alfinetadas não faltaram: “Não estamos falando de um governo que ficou dois, três meses. Estamos falando de uma gestão que vem de 12 anos e se proclamava a melhor do Brasil e, talvez uma das melhores do mundo”, disse.
Classificando Minas Gerais como “uma casa muito bagunçada”, Pimentel disse haver cinco centenas de obras paralisadas e uma herança negativa construída ao longo de apenas quatro anos (2010-2014) superior a R$ 2 bilhões.
A análise do petista é que o diagnóstico já poderia ter sido equacionado, mas a gestão anterior atrasou a transição, esperando o resultado do segundo turno da eleição presidencial, quando o ex-governador de Minas, Aécio Neves, acabou derrotado por Dilma Rousseff. Ele também disse que a situação do Estado, repassada durante a transição, não foi “suficiente elucidativa” e um “retrato fiel”.
Fonte: O Tempo