O governo de Minas Gerais deixou claro: não haverá recomposição salarial para os servidores da segurança pública. Em audiência realizada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nesta segunda-feira, 13 de outubro, o secretário de Estado de Fazenda, Luiz Claudio Fernandes Lourenço Gomes, voltou a afirmar que a situação fiscal do Estado “não permite reajuste”.
A resposta gerou indignação e revolta entre as entidades presentes. O Sindpol/MG, mais uma vez, tomou a frente da defesa da categoria.
“Só na rua e na pressão para sermos valorizados”, afirmou o presidente do Sindpol, Wemerson Silva de Oliveira, anunciando um grande ato público no dia vinte e oito de outubro, às nove e meia da manhã, na Praça Carlos Chagas (Praça da Assembleia), em Belo Horizonte, unindo todas as forças de segurança.
A recomposição salarial dos servidores da segurança é garantida pela Constituição Estadual, que determina reajuste anual com data-base em primeiro de outubro. Mesmo assim, o governo Zema insiste em ignorar a lei.
O presidente da Comissão de Segurança Pública da ALMG, deputado Sargento Rodrigues (PL), lembrou que nem a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) nem o Regime de Recuperação Fiscal impedem a recomposição pela inflação. Ou seja: o governo tem condições legais, mas escolhe não valorizar os servidores.
De acordo com a comissão, entre 2015 e 2024, a inflação acumulada foi de 74,89%, mas os servidores da segurança pública receberam apenas 30,1% de reajuste. Resultado: uma defasagem de 44,79% nos salários.
Enquanto isso, o vice-governador Mateus Simões divulgou nas redes sociais que “Minas está com o trem nos trilhos”, exaltando os números fiscais do Estado. Para Sargento Rodrigues, essa fala foi um “tapa na cara” dos servidores.
“Temos propaganda, mas na prática é o mesmo chororô do governo: calote e amnésia em relação ao servidor”, disparou o deputado.
Na audiência, o Sindpol fez questão de mostrar que não há valorização nem respeito ao policial civil.
“Os servidores estão adoecendo com excesso de trabalho. Somos menos de dez mil para investigar crimes em oitocentos e cinquenta e três municípios”, denunciou Wemerson Silva de Oliveira.
Efetivo reduzido, estrutura precária, promoções atrasadas, previdência injusta e ausência de recomposição salarial: a Polícia Civil de Minas está no limite.
O secretário de Fazenda reconheceu que o gasto com pessoal está em 48,53% da receita corrente líquida, abaixo do limite de 49% permitido pela LRF. Mesmo assim, afirmou que “a margem é pequena” e que não há folga para reajustes.
Na prática, o governo confirma que tem espaço, mas não tem vontade política.
Diante do descaso do governo, o Sindpol reforça: somente a união e a pressão nas ruas podem garantir valorização.
📢 ATO UNIFICADO DAS FORÇAS DE SEGURANÇA
🗓 Dia vinte e oito de outubro
⏰ Nove e meia da manhã
📍 Praça da Assembleia (Praça Carlos Chagas) – Belo Horizonte
O Sindpol convoca todos os policiais civis, ativos, aposentados e administrativos a participarem.
Chega de humilhação. Chega de calote.
É hora de lutar por REESTRUTURAÇÃO, VALORIZAÇÃO, RESPEITO e RECOMPOSIÇÃO SALARIAL JÁ!
O Sindpol está na linha de frente. Agora, precisamos de você.