Governo condiciona parte do auxílio-alimentação ao cumprimento de metas

15 de outubro de 2025

O Governo de Minas Gerais publicou o Decreto nº 49.111/2025, que altera as regras do auxílio-alimentação para Policiais Civis, Policiais Militares, Bombeiros e servidores do sistema prisional e socioeducativo.

O que antes era um benefício direto e garantido, agora passa a ter duas partes:

Parcela fixa – igual para todos que tiverem direito.
⚠️ Parcela variável – só será paga se o órgão bater metas definidas pelo Estado.

Ou seja: comer agora depende de meta.


Que metas são essas? Quem decide?

As metas serão definidas por meio de um Plano de Metas e Indicadores, elaborado pelo órgão e aprovado pelo Cofin (Conselho de Finanças do Estado).

Além disso:

  • A avaliação será feita por uma comissão externa ao órgão.

  • Se a meta não for cumprida no mês, o servidor perde a parcela variável.

  • Se a meta for cumprida depois, não recebe retroativo.

Na prática, o governo cria um modelo de “pague somente se entregar resultados”, mesmo sem garantir estrutura, efetivo ou condições de trabalho.


Direito não é prêmio

O Sindpol considera inaceitável que um direito básico como alimentação seja transformado em bônus condicionado a desempenho.

Alimentação:

  • Não é gratificação

  • Não é prêmio

  • Não pode virar instrumento de pressão

O servidor que arrisca a vida todos os dias não pode viver de incerteza salarial.


Falta de transparência e risco de injustiça

Outro ponto crítico: que tipo de meta será cobrada? Quantitativa? Qualitativa? Realista? Impossível?

O decreto não garante:

  • Transparência dos critérios

  • Participação das categorias na definição das metas

  • Proteção contra metas abusivas


Sindpol vai agir

O Sindpol já estuda medidas políticas, administrativas e jurídicas para defender o direito dos policiais civis.
A entidade exige:

  • Transparência total nas regras

  • Garantia da parcela fixa para todos

  • Fim da vinculação do auxílio a metas inalcançáveis

  • Respeito à dignidade do servidor


Conclusão

O auxílio-alimentação dos policiais em Minas Gerais está sendo transformado em moeda de troca por produtividade.
O Sindpol reafirma: alimentação é direito, não recompensa.
E lutará para que nenhum policial civil tenha seu benefício ameaçado por metas definidas de forma unilateral pelo governo.