Estudantes saem em passeata por mais segurança no Cidade Industrial
Um protesto reúne cerca de 500 estudantes e complicou o trânsito no bairro Cidade Industrial, em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, na noite desta segunda-feira (15). O manifesto contra o aumento da violência na rua Tom Jobim, no entorno da faculdade Pitágoras, durou cerca de duas horas.
Na tarde do último sábado (13), Rodrigo de Almeida Souza, de 24 anos, foi morto na saída da aula, durante uma tentativa de assalto. Conforme os alunos, os roubos a pessoas e veículos são constantes na área. A mesma reclamação é feita por quem trabalha nas empresas do bairro.
Os manifestantes saíram em passeata com cartazes, faixas e gritando o nome do colega. Por volta das 20h15, eles fecharam o cruzamento das avenidas Babita Camargos e João César de Oliveira. O objetivo era chamar a atenção das autoridades para o problema. Mais cedo, enquanto ainda se concentravam na rua Tom Jobim, um carro da Transcon, empresa que gerencia o trânsito na cidade, passou pelo local e foi vaiado pelos alunos.
De acordo com Norton Afonso, colega do estudante assassinado no fim de semana, o jovem era super dedicado aos estudos e um dos primeiros alunos da turma. "Policiamento aqui não existe, mas o carro da Transcon passa aqui todos os dias, multando. O carro do Rodrigo já havia sido arrombado outras duas vezes e nada foi feito", desabafou.
Outras duas irmãs, alunas da faculdade e que não quiseram se identificar, contaram que, em 2012, o pai foi vítima de um sequestro relâmpago, enquanto às aguardava na rua Tom Jobim. O homem só foi liberado pelos assaltantes próximo à Ceasa, mesmo assim porque fingiu passar mal. Ele teve carro, dinheiro e outros pertences levados pelos suspeitos. Estudantes também cobram uma atitude da faculdade.
A Faculdade Pitágoras informou em nota que já encaminhou seis ofícios para os órgãos competentes, a fim de reforçar a segurança no local. Sobre a realização de aulas aos sábados – dia em que Rodrigo foi morto -, a instituição informou que repõe os dias parados e feriados relativos à Copa do Mundo.
Segundo o tenente Paulo Librelon, do 39º batalhão, uma viatura faz rondas diárias na área da faculdade, exatamente pelo registro de ocorrências. No entanto, o militar afirma que criminalidade diminuiu. "Fazemos a patrulha durante todo o dia. Só não estamos aqui de madrugada", pontuou.
A PM informou ainda que o suspeito do crime ainda não foi localizado.
Fonte: O Tempo