Equipe de reforço fará ronda e não atenderá chamada do 190.

Equipe de reforço fará ronda e não atenderá chamada do 190

A Polícia Militar começou nessa quarta a colocar em prática a principal promessa para conter a criminalidade na região metropolitana de Belo Horizonte: o reforço do efetivo no patrulhamento. Em princípio, os 800 militares antes exclusivos do setor administrativo e os 300 oficiais em formação irão atuar só na capital – o patrulhamento mais amplo irá começar após a conclusão de um estudo estatístico sobre a criminalidade, ainda sem prazo. Na prática, a principal diferença entre o trabalho desses policiais e daqueles já das ruas é que os primeiros serão exclusivos para patrulhamento e não irão atender os chamados de emergência, do 190. O objetivo é que eles façam rondas preventivas e não deixem seus postos, a não ser que flagrem algum crime.

O comandante da Polícia Militar, coronel Márcio Sant’Ana, explica que a missão dos novos batalhões é ocupar pontos estratégicos e reforçar a patrulha. Ainda segundo ele, como são muitas as ocorrências, o policial dos batalhões regulares não consegue fazer ronda.

“O policial sai do batalhão e já é acionado em uma ocorrência. Em Minas, a Polícia Militar atende do socorrimento (como doenças) até um homicídio. É a cultura local. O cidadão não admite o não atendimento. A gente entende isso, mas gera o ônus de menos tempo de ronda preventiva”, explicou.

Estreia. Os policiais e alunos integram três novos batalhões, inaugurados nessa quarta. Os já formados vão entrar em um rodízio entre as funções de rua e administrativas. O número de militares a mais no patrulhamento por dia não foi divulgado e vai depender da escala. Nessa quarta, foram 380.

Números

Crimes. O número de crimes violentos na capital cresceu 21% em 2013 com relação a 2012. Os roubos, 24%, e os homicídios, 7%.

Na capital. Entre as áreas que terão reforço na ronda estão as praças Sete, da Liberdade, da Savassi, da Estação, e as saídas dos bairros Gutierrez e Buritis, na região Oeste. A lista completa não foi divulgada.

Equipamento

Nome. Os batalhões terão 60 viaturas, 21 bases móveis e dois micro-ônibus. A unidade dos alunos se chama Fernão Capelo, uma menção ao romance de 1970. Os outros dois batalhões, Minas e Gerais.

Chefia nega mudança na Rotam

Boatos de mudança no número de policiais nas viaturas do batalhão de Rondas Táticas Metropolitanas (Rotam) foram negados nessa quarta pelo comando da Polícia Militar. Segundo a corporação, o número de militares não irá baixar dos atuais quatro para dois. Outro boato desmentido é de que a novidade tivesse motivado uma greve branca na PM.

De acordo com o comandante do Batalhão Acadêmico Fernão Capelo, tenente-coronel Hércules de Paula Freitas, tudo não passou de um boato.

“Não houve mudança na Rotam. O que ocorre é que os militares de lá vão ajudar os oficiais em formação que agora vão para as ruas. A cada setor de ronda, haverá duas viaturas da Rotam, com dois militares cada, dando o suporte no policiamento. Mas só nesses casos”.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Objetivo é tornar militares visíveis 

Além de diminuir a sensação de insegurança da população, o objetivo dos novos batalhões da Polícia Militar é tornar os militares mais visíveis e inibir ações criminosas.“As estatísticas não mostram quantos crimes deixaram de ocorrer porque o criminoso desistiu ao ver a presença da polícia. O que deixou de acontecer não se mede. A nova concepção não se preocupa com os números. Que eles sejam consequência do trabalho, mas o nosso objetivo é fazer a polícia ser percebida pela população”, afirmou o comandante da Polícia Militar, coronel Márcio Martins Sant’Ana.

Tardia. Para o sociólogo especialista em segurança pública, Luis Flávio Sapori, a medida é bem-vinda, mas tardia e com poucos militares. “Uma das principais formas de se combater o roubo é a presença da polícia preventiva. Mas 380 policiais, divididos em quatro turnos, não são capazes de mudar o policiamento de forma significativa”.

Fonte: O Tempo