Enfraquecimento da Polícia Civil favorece avanço do crime organizado

15 de setembro de 2025

recente execução de um ex-chefe de Polícia é um reflexo de um processo grave que atinge todo o país: a desvalorização e o sucateamento das Polícias Civis, promovido pela maioria dos governos estaduais. Assim como em Minas Gerais, estados como São Paulo têm priorizado o policiamento ostensivo em detrimento da investigação criminal, por considerarem que a presença de policiais fardados gera — ainda que de forma ilusória — uma sensação imediata de segurança para a população. Essa estratégia, no entanto, tem claro objetivo eleitoreiro, pois traz retorno político sem enfrentar de fato o problema da criminalidade.

A consequência desse modelo é devastadora. O crime organizado só pode ser efetivamente combatido por meio da investigação criminal, atribuição exclusiva das Polícias Civis nos estados. Ao enfraquecer a instituição, os governos acabam favorecendo o crescimento e a consolidação de facções como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV).

Em Minas Gerais, o resultado de dez anos de abandono da Polícia Civil é visível: organizações criminosas, que até pouco tempo não tinham presença significativa no estado, hoje avançam e disputam territórios, ampliando sua atuação de forma preocupante. O mesmo cenário se repete em São Paulo, onde a falta de investimentos em pessoal e infraestrutura para a Polícia Civil permitiu que facções não apenas se fortalecessem no campo da criminalidade, mas também estabelecessem conexões em mercados financeiros tradicionais.

Esse quadro comprova que sem investigação criminal não há enfrentamento real ao crime organizado. Investir na Polícia Civil é investir na proteção da sociedade, no desmantelamento das facções e na construção de uma segurança pública sólida e eficiente.