Delegado que investiga racismo em Muriaé virá a BH acompanhar o caso
O delegado Eduardo Freitas da Silva, responsável pela investigação do caso de racismo sofrido por um casal de Muriaé, na Zona da Mata, deve vir a Belo Horizonte na próxima semana para conversar com a equipe da Delegacia Especializada de Investigação de Crimes Cibernéticos, que apoia a apuração do crime.
Segundo o titular da 31ª Delegacia de Polícia Civil de Muriaé, apesar de a investigação já ter apontado quem são alguns dos envolvidos, ainda não foi feita representação para pedir a expedição de mandados de prisão. “A gente ainda está trabalhando no caso e fazendo o levantamento dos suspeitos. Estou em contato com o poder judiciário e, dependendo da apreciação do juiz, podemos pedir a prisão deles”, disse o delegado, que deve chegar a Belo Horizonte na terça-feira (9).
O caso
No dia 17 de agosto, a jovem D.M., que é negra, postou no Facebook uma foto em que aparece com o namorado, L.F, que é branco. A postagem despertou imediatamente uma sequência de comentários racistas como o do perfil Capivara Vuadora, que postou: "Onde comprou essa escrava?", "Me vende ela", "Café com leite".
As ofensas fizeram com que a vítima retirasse sua página pessoal do ar. No dia 26 de agosto ela registrou a ocorrência e no dia seguinte, prestou depoimento na delegacia.
As investigações chegaram a pelo menos 50 suspeitos, entre homens e mulheres, com idades entre 15 a 20 anos, que seriam de fora do Estado. A apuração apontou, também, que os insultos ao casal de Muriaé não foram um caso isolado. O inquérito está em andamento.
Fonte: O Tempo