Déficit de policiais deixa mortes sem explicação
Falhas estruturais, número de efetivo insuficiente e falta de preparo adequado do policial. Segundo a própria cúpula da Polícia Civil, essas são as principais dificuldades da corporação para completar a investigação de homicídios. Minas é o Estado que concluiu o menor número de inquéritos antigos desse tipo de crime, aponta levantamento dos conselhos nacionais do Ministério Público e da Justiça.
O Estado mineiro concluiu apenas 3,24% dos 12 mil assassinatos com inquérito instaurado até 2007. Além de ter a pior produtividade do país, Minas fracassou na meta do Governo Federal de encerrar 90% desse tipo de caso. “A explicação para isso é o número de efetivo muito aquém da nossa realidade e as dificuldades estruturais. Além da falha na formação do policial, que poderia render muito mais se tivesse uma preparação, por exemplo, para investigar homicídios”, justifica o Delegado-Geral da Polícia Civil do Estado de Minas Gerais, Paulo Bitencourt.
O delegado explicou também que a falta de pessoal fez com que os trabalhos para finalizar os casos atrasassem e só começassem, efetivamente, em meados do ano passado. O próprio Governo já admitiu que há um déficit de 2 mil policiais civis no Estado.
Bittencout pondera a busca da polícia em desvendar os crimes, o que explica o baixo número de arquivamentos – 43%, bem abaixo da média do Sudeste (91%).
“Não vamos descartar uma investigação só porque o caso é antigo. Queremos dar resposta à sociedade e mostrar o trabalho da Polícia Civil”, diz o delegado-geral.
Esclarecimento:
De acordo com o Planejamento Estratégico da Polícia Civil seriam necessario para atendimento satisfatório da população, um efetivo de 18 mil policiais civis, na ativa hoje são cerca de 9 mil; portanto, o déficit não se resume em 2 mil policiais, a Polícia Civil precisa de, no mínimo, dobrar o efetivo.
Fonte: Jornal Metro BH, 15 de junho de 2012