Criminalidade avança em Minas.

Criminalidade avança em Minas

Homicídios subiram 6,1% no Estado  de 2012 para 2013, mas há Municípios onde o aumento ultrapassou 50%

O crescimento da violência em Minas volta a preocupar. Dados divulgados ontem pela Secretaria de Defesa Social (Seds) mostram o avanço, em um ano, dos principais indicadores de criminalidade no Estado.  As estatísticas são de Belo Horizonte e outros 28 Municípios com mais de 100 mil habitantes, incluindo a região metropolitana.

No Estado, os crimes contra o patrimônio (roubo consumado e extorsão mediante sequestro) aumentaram 26,7% seguidos por crimes violentos  (homicídio consumado tentado, sequestro, estupro e tentativa), com alta de 22,7%. Os homicídios cresceram 6,1%.

Itabira, na região Central, e Juiz de Fora, na Zona da Mata, encabeçam a lista das cidades que registraram a maior alta percentual nos registros de homicídio de 2012 para 2013: 62,5% e 53,9%, respectivamente. Na capital, o número de homicídios passou de 786 para 844 no mesmo intervalo de tempo, aumento de 7,4%.

O Comandante interino do Batalhão da PMMG de Juiz de Fora, Tenente-Coronel Moisés Ricardo Pinto, afirmou desconhecer o levantamento da Seds, mas disse que está trabalhando para reverter os dados. Em uma década os assassinatos na cidade passaram de 34 (em 2004) para cem (em 2013), 94% a mais.

Impunidade

A flexibilidade da legislação relativa a crimes praticados por menores de idade e a possibilidade de pagamento de fiança são, na avaliação do Secretário de Estado de Defesa Social Rômulo Ferraz, os fatores que mais contribuem para o avanço da criminalidade.

“Nas reuniões com Secretários de segurança dos outros estados, temos percebido isso. Uma das principais queixas desses dirigentes está relacionada à legislação complacente com a prática reiterada de crimes, sobretudo roubos”, afirma.

Para o Pesquisador do Centro de Estudos de criminalidade e Segurança Pública (CRISP) da UFMG, Bráulio Figueiredo, a explicação, no entanto, é outra “O que me parece é que as políticas públicas perderam o fôlego. Faltam ações integradas, articuladas e uma política orientada para o fenômeno da criminalidade”. Coordenador de pesquisas em Segurança Pública da PUC Minas, Luiz Flávio Sapori associa os índices, para ele preocupantes, a uma crise na gestão pública do Estado.

“Os números são péssimos e revelam a retomada da violência em Minas, nos últimos anos, em função da impunidade e do falho sistema penal, é um problema crônico. A gestão pública no Estado enfrenta problemas estruturais graves. Não vejo perspectiva de melhora em 2014”.

Em Belo Horizonte, 2,4 pessoas morreram por dia em 2013, totalizando 878 vítimas de homicídio em todo o ano. No Estado, foram 11,8 mortes por dia e na Grande BH, 5,7.

Fonte: Hoje em Dia