COBRAPOL consegue estender discussão sobre o direito de greve
Em audiência pública no Senado Federal realizada em (20/02), que tratou do anteprojeto que visa regulamentar o direito de greve dos servidores públicos, o presidente da COBRAPOL, Jânio Bosco Gandra, e o diretor de Relações Sindicais da Confederação, Jales Moreira (presidente do SINSEPOL-Rondônia) arrancaram do senador Romero Jucá (PMDB-RR), relator da matéria na Comissão Mista de Consolidação de Leis e de Dispositivos Constitucionais (CMCLF) do Congresso Nacional, o compromisso de ouvir as lideranças dos policiais para discutir a manutenção do porte de arma da categoria durante movimento grevista.
Gandra se responsabilizou a agendar a reunião com as lideranças dos policiais federais e militares, já que a Confederação representa os policiais civis de todo o País. Na segunda-feira (24/02), a COBRAPOL inicia os contatos com as entidades para agendar a reunião com Jucá. O anteprojeto em discussão no Congresso Nacional determina que o policial civil para participar de manifestações deve deixar suas armas com o delegado e que somente 20% da categoria pode entrar em greve, devendo os 80% restantes permanecerem trabalhando.
A COBRAPOL defende que o policial permaneça com o porte de arma durante o período em que estiver de greve, visto que esta é uma prerrogativa da profissão. “Retirar a arma do policial é totalmente desnecessário, visto que até hoje não houve nenhuma ocorrência de violência dos policiais grevistas durante qualquer manifestação. Os próprios sindicalistas recolhem as armas ou os policiais as deixam guardadas para participar das atividades sindicais”, explica Gandra. Sobre o percentual de servidores que devem permanecer no trabalho durante a greve, a Confederação defende a manutenção dos 30% previstos na Lei 7783/89 (que rege a greve dos trabalhadores celetistas).
Após a intervenção da COBRAPOL, os representantes de algumas centrais sindicais também defenderam a posição dos policiais no que se refere ao porte de arma para grevistas. Flávio Werneck Meneguelli, da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), ligada ao quadro da Polícia Federal, afirmou ser impossível suspender o porte de servidores que trabalham armados. “Se isso for aprovado, quem vai agradecer é só o crime organizado. Imagine que esses servidores estão aglomerados durante o movimento grevista e dali saem desarmados. Temos ciência de que hoje um policial tem preço. Os policiais federais em 2012 estiveram em greve por 72 dias. Imagine se estivessem com o porte suspenso?”, afirmou.
Vale lembrar que o projeto seria votado no final do ano passado sem discussão com os trabalhadores. Mas, graças à intervenção da COBRAPOL, que em conjunto com representantes da Federação Nacional dos Policiais Federais (FENAPEF) e da Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FENAPRF), se reuniu com o senador Jucá em 17 de dezembro, e conseguiu que a audiência pública fosse agendada e a votação do texto transferida para 2014.
Fonte: COBRAPOL