Câmeras flagraram assassinos
Imagens de câmeras de segurança localizadas na rua Lagamar, no bairro Boa Vista, na região Leste da capital, podem ajudar a Polícia Civil a identificar os assassinos do policial civil Wilber Vinícius da Silva, 30, morto a tiros durante a festa de noivado da irmã dele, na madrugada deste domingo. De acordo com o delegado Thiago de Lima Machado, da Divisão Especializada em Operações Especiais (Deoesp), as imagens mostram os suspeitos andando pela rua e também dentro de um veículo. A principal linha de investigação é a de que Silva tenha sido vítima de latrocínio (roubo seguido de morte), conforme o delegado. Nenhum suspeito foi preso.
As testemunhas ouvidas pelo delegado afirmaram que quatro homens – um deles armado – participaram da tentativa de assalto à casa do policial. Segundo os relatos, apenas dois suspeitos entraram na residência para tentar roubar um Audi que pertenceria a Silva.
Durante o assalto, o policial teria entrado, junto com um dos criminosos, dentro de um quarto. Ele teria entrado no cômodo para pegar as chaves do veículo, mas as investigações apontaram que Silva tinha a intenção de buscar uma arma para se defender dos assaltantes. “Enquanto os dois estavam no quarto, o primo do policial ficou do lado de fora do cômodo, segurando a porta”, explicou o delegado Machado.
Ao perceber que Silva era policial, o bandido teria entrado em luta corporal com a vítima e disparado contra ele. Apenas dentro do cômodo foram feitos mais de dez disparos, sendo que pelo menos três atingiram o policial nas regiões do abdômen e do fêmur.
Baleados. Além de Silva, a irmã dele e um primo também foram baleados durante a ação dos criminosos. O delegado Machado explicou que o tiro que acertou Mário Lúcio do Carmo Vitalino, 35, pode ter vindo da arma do próprio policial.
“O Mário estava segurando a porta e, quando estivemos no local, percebemos que os dois tiros disparados contra a porta pareciam de uma pistola calibre .40, que era a arma do Wilber. Estamos trabalhando com a hipótese de que durante a luta o bandido tenha conseguido desarmar o policial”.
A polícia ainda não sabe de onde teria partido o tiro que atingiu Virgínia do Carmo Silva, 39. Segundo familiares da vítima, ela tinha acabado de chegar em casa quando foi surpreendida pelos bandidos.
De acordo com a assessoria de imprensa do Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, os parentes do policial continuam internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas o quadro de saúde deles é estável.
Arma pessoal
Calibre.O delegado Thiago de Lima Machado afirmou que a arma usada por Silva para se defender, uma pistola .40, era de uso pessoal e foi levada pelos assaltantes após o crime.
Entenda
Assalto. O policial civil Wilber Vinícius da Silva foi morto durante uma tentativa de assalto, na madrugada deste domingo, na casa onde ele morava com a família.
Festa. Na garagem do imóvel, no bairro Boa Vista, estava acontecendo a festa de noivado da irmã de Silva. Por causa disso, quatro carros da família estavam na rua.
Ação. Segundo testemunhas, quatro homens armados renderam a noiva quando ela chegava no imóvel. Eles tentaram roubar o Audi de Silva. Após brigar com um dos assaltantes, o policial, a irmã e o primo dele foram baleados.
Mil pessoas homenageiam investigador durante enterro
O corpo do investigador da Polícia Civil Wilber Vinícius da Silva foi enterrado na tarde desta segunda, no cemitério Terra Santa, em Sabará, na região metropolitana. Cerca de mil pessoas, entre elas policiais civis e militares, além de parentes e amigos da vítima, acompanharam o cortejo.
Durante toda a cerimônia, um helicóptero da Polícia Civil sobrevoou o cemitério, em homenagem ao policial. Os colegas de profissão de Silva também o homenagearam fazendo disparos para o alto.
De acordo com o tio do investigador Antônio Cipriano, 61, que também é policial civil, a família está desolada e acredita que os responsáveis serão identificados. “Estamos muito tristes por perder um menino tão querido, mas estamos aguardando as investigações e acreditamos que os assassinos serão punidos”.
O chefe da Divisão Especializada em Operações Especiais (Deoesp), Ramon Sandoli, esteve no cemitério e informou que as investigações estão em andamento. “Estamos correndo atrás para identificar os suspeitos. Independentemente de ser um policial civil, estamos nos empenhando como sempre fazemos em todos os casos”.
Fonte: O Tempo