Anastasia nega, mas chefe da PM admite que há "conflitos"
Embora o governador Antônio Anastasia tenha negado a existência de uma crise na segurança pública, durante a posse do comandante geral da Polícia Militar do Estado, o novo chefe da corporação, coronel Márcio Martins Santana, admitiu que há "conflitos institucionais". Na última sexta-feira, dias após um militar ser assassinado por policiais civis em Esmeraldas, na região metropolitana, a subsecretária de Integração e Avaliação da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), Geórgia Ribeiro Rocha, responsável pelo trabalho em conjunto das duas polícias, foi exonerada do cargo. Desde então se intensificaram rumores de crise no comando da Defesa Social.
"Temos aparentes conflitos institucionais, mas é próprio do trabalho que se presta. Isso é matéria para a gente ir à mesa, de forma conjunta, transparente, solidária, tolerante, para que venhamos buscar soluções", afirmou o comandante. Ainda segundo o coronel, a explicação para os problemas seriam "possíveis atritos e conflitos de anseios naturais e compreensíveis."
Anastasia caracterizou os conflitos como "crises míticas que não existem na realidade". No entanto, o governador afirmou que existem pontos a serem corrigidos. "Há deficiências. É um processo gradual".
Também presente à cerimônia, o secretário de Defesa Social, Lafayette Andrada, afirmou que as mudanças no alto escalão da corporação são "rotina" e, como Anastasia, negou que haja uma crise em sua pasta. "Nossas metas continuam as mesmas, será uma continuidade". Sobre novas mudanças na cúpula da Seds, Andrada apenas confirmou o que já foi anunciado: irão deixar a pasta o secretário adjunto de Defesa Social, Genilson Zeferino, e o subsecretário de Atendimento às Medidas Socioeducativas, Ronaldo Pedron.
Durante seu pronunciamento de posse, Santana fez elogios ao coronel Renato Vieira de Souza, que completou ontem 30 anos de serviços prestados à PM e se aposentou. "Houve grandes avanços, como a criação de novas unidades da PM, diminuição da criminalidade, aumento no efetivo e na frota da polícia", disse. No entanto, as estatísticas não foram apresentadas. Santana deixa o cargo de chefe do Estado Maior. Em seu lugar, assume o coronel Divino Pereira Brito.
A cerimônia da troca de comando da PM durou duas horas e foi marcada pelo ritual tradicional da corporação. Várias autoridades estavam presentes, entre eles secretários de Estado, prefeitos e representantes do poder Judiciário. O comandante que deixou o posto, coronel Renato Vieira de Souza, recebeu um espadim Tiradentes, em reconhecimento aos serviços prestados a Minas. Apesar da homenagem, deixou o evento discretamente e evitou falar com a imprensa.
Efetivo só será aumentado para a Copa
A intenção da polícia é aumentar o efetivo até a Copa do Mundo de 2014. Apesar do aumento da criminalidade em várias cidades – em Passos, no Sul de Minas, o número de homicídios triplicou entre 2010 e 2011, indo de 14 para 46 -, o aumento no efetivo da Polícia Militar em 2012 foi descartado pelo novo comandante geral da PM, coronel Márcio Martins Santana.
"Estamos planejando a inclusão e visando principalmente a Copa para satisfazer as demandas de segurança pública", afirmou o coronel. (RRo)