No dia em que enfrentou seu primeiro protesto em um evento público, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou ser solidário à situação dos servidores, que continuam até hoje à espera de uma definição sobre o 13º salário não quitado durante a gestão de Fernando Pimentel (PT), e declarou ontem que, “dentro do possível”, pretende pagar tudo o que o Estado deve a eles. No entanto, Zema ressaltou a difícil crise fiscal do governo: “Quero deixar aqui muito claro que tenho especial noção da apreensão de vocês com relação aos pagamentos, o que também me apreende, mas quero lembrar que a atual situação do Estado não nos tem permitido fazer diferente”.
A declaração foi dada durante a cerimônia de troca de comando da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG). Quem assume o posto de comandante geral da PM é o coronel Giovanne Gomes da Silva. Ele substitui o coronel Helbert Figueiró de Lourdes.
O governador ressaltou que está completando os primeiros 15 dias de mandato e disse que os levantamentos das contas do governo estão sendo concluídos. “Hoje completo 15 dias de mandato, estamos concluindo todos os levantamentos necessários financeiros e contábeis e vamos ter condições com total transparência de mostrar não só ao coronel Giovanne, mas também a todos, a situação do Estado e propor o que for melhor para todos. Dentro do possível, quero honrar tudo aquilo que o Estado deve para vocês”, disse.
Zema voltou a dizer que acredita que não há nenhum discurso melhor do que o exemplo e afirmou que está trabalhando com transparência e austeridade. “Tudo aquilo que um governador pode economizar eu tenho economizado. Tenho feito o possível e o impossível, e com certeza vamos trazer boas notícias em breve para toda a corporação”, afirmou.
O governador se comprometeu a fazer o melhor pela PM. “O coronel Giovanne vai trabalhar diretamente ao meu lado, tenho dialogado muito com ele e vocês podem ter certeza que tanto os oficiais quanto a tropa estão muito bem representados”, declarou Romeu Zema.
O governador estava acompanhado do vice Paulo Brant (novo), do secretário de Segurança Pública, o general da reserva Mario Lucio Alves de Araujo, e do prefeito da capital, Alexandre Kalil (PHS). Esse é o terceiro evento público do governador em Belo Horizonte desde que tomou posse. Antes, ele participou da troca dos comandos da Polícia Civil e dos bombeiros.
ATO. Na entrada da Academia da Polícia Militar, onde ocorreu o evento, um grupo de servidores da segurança pública se manifestava contra a falta de pagamento do 13º e o parcelamento dos salários. Eles estavam carregando faixas e caixões com o nome do governador. “Estamos aqui requerendo o 13º, os juízes, os promotores e os deputados receberam – o que está certo, eles merecem. Mas como que a polícia está nas ruas trabalhando com a família na miséria? Nós só queremos o nosso direito, não queremos tumulto. Nós também queremos o fim do parcelamento e o pagamento no quinto dia útil”, disse um dos organizadores do movimento, o tenente-coronel da reserva Domingos Mendonça.
Mendonça afirmou que Zema está em negociação com a classe, mas disse que o que ele propõe não ajuda a categoria. “O governo chamou o comando geral e o chefe da Polícia Civil de Minas Gerais e as entidades, mas ele quer que esperemos a renegociação. Mas nós não aguentamos chegar até lá. Ele tem o dinheiro do IPVA, pagar esses policiais que estão aqui é um ato de dignidade”, afirmou.
Fonte: O Tempo