São Paulo. Um adolescente de 17 anos confessou ter ateado fogo no corpo da dentista Cinthya Magaly Moutinho de Souza, 46, morta durante um assalto na última quinta-feira em seu consultório em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. Além do jovem, que completará 18 anos em junho, a polícia deteve outros dois suspeitos de participação no crime, por volta das 3h de ontem na favela Santa Cruz, na divisa de Diadema e São Bernardo. Os outros dois presos são Jonatas Cassiano Araújo, 21, cuja prisão foi decretada ontem pela Justiça paulista, e Victor Miguel Souza Silva, 24. Eles estavam com a arma prata que teria sido usada no crime. Um quarto suspeito, Tiago Jesus Pereira, 25, ainda é procurado. O grupo foi ouvido pela polícia na tarde de ontem. De acordo com os relatos, Victor e o adolescente renderam a dentista no consultório, enquanto Jonatas e Tiago saíram para sacar o dinheiro em um posto de gasolina. Os dois que ficaram no consultório teriam jogado álcool na dentista e a ameaçaram com o isqueiro, para que ela desse mais dinheiro ao grupo. Segundo os relatos, o adolescente encostou o isqueiro na roupa de Cinthya, que acabou morrendo queimada. Alckmin. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou ontem, , durante visita a Barretos (SP), que lamenta o envolvimento de um adolescente no assassinato da dentista. "Lamentavelmente mais um menor [está envolvido], a gente tem visto menores em crimes extremamente hediondos". Alckmin entregou um projeto ao Congresso, há cerca de duas semanas, defendendo penas mais rígidas para menores infratores, que ampliaria para até oito anos a punição para jovens que cometerem delitos graves. Passeata na Paulista pede redução da maioridade penal Cerca de 300 pessoas, segundo a Polícia Militar, participaram na tarde de ontem de uma passeata a favor da redução da maioridade penal na avenida Paulista. O protesto foi organizado pela UDVV (União em Defesa das Vitimas de Violência ), e pediu a revisão do Código Penal, com medidas que punam com maior rigor crimes contra a vida cometidos por adolescentes. Assinaturas também foram coletadas para abaixo-assinados que serão encaminhados a deputados federais e senadores. Responsável pelo evento, o administrador Roberto Sekiya, 30, é um dos coordenadores da UDVV. Segundo ele, a organização é a favor da eliminação da idade penal. "Todo o ser humano deve responder criminalmente pelos seus atos independente da sua idade", disse. Ainda segundo Sekiya, representantes da UDVV foram ontem até a casa da família da dentista Cinthya Magaly para prestar solidariedade e oferecer ajuda. "Nós já sabíamos que um dos suspeitos era menor de idade", disse.
Fonte: O Tempo