Um dia após ser preso ao ser identificado por uma vítima que o acusa de a ter violentado há 15 anos, Pedro Meyer Ferreira, 57, foi reconhecido por outras seis mulheres. As vítimas procuraram ontem a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher e contaram que também foram abusadas sexualmente pelo suspeito.
Devido às denúncias, a Polícia Civil vai abrir um inquérito para cada um dos casos. Ferreira está preso temporariamente no Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp) São Cristovão.
Segundo a delegada Margareth Rocha, as vítimas ligaram e também deixaram mensagens contando suas histórias na página da delegacia no Facebook.
"Todas as vítimas contam versões parecidas sobre o modo de o estuprador agir. Elas tinham entre 11 e 19 anos quando foram estupradas e foram levadas para escadas ou garagens de prédios", explicou Margareth. Todos os crimes teriam ocorrido na década de 90.
A delegada informou que todas as vítimas serão ouvidas, oficialmente, a partir da próxima segunda-feira, e terão que fazer o reconhecimento do suspeito pessoalmente para que sejam oficializados os processos. Ainda conforme Margareth, ela irá pedir a prisão preventiva de Ferreira em substituição à prisão temporária, que vence no próximo dia 28.
A reportagem tentou falar com uma das vítimas, mas ela afirmou que foi orientada pela delegada Margareth a não comentar o abuso que sofreu.
Histórico. Ferreira foi preso, anteontem, após ser reconhecido por uma vítima, hoje com 25 anos, enquanto andava no bairro Cruzeiro, na região Centro-Sul da capital. A mulher seguiu o homem e acionou a polícia. Segudno a polícia, ele confessou o crime.
Exames
IML. Para sustentar os inquéritos, a delegada vai tentar resgatar, junto ao Instituto Médico Legal (IML), os exames da década de 90 que podem comprovar que as vítimas foram abusadas sexualmente.
O advogado que defende Ferreira, Fausto Câmara, disse que o suspeito foi coagido pela polícia a confessar o crime."Ele me disse que foi ameaçado de agressão caso não confessasse. Ele tem uma psique muito frágil e inventou a história do estupro", disse.
Câmara alegou que seu cliente foi ouvido duas vezes e só confessou o crime quando foi ouvido sem a presença do defensor. De acordo com uma sobrinha do suspeito, que preferiu não ser identificada, Ferreira fazia tratamento psicológico há oito anos. A Polícia Civil negou que o suspeito tenha sido ameaçado. (NO)
Fonte: Jornal O Tempo
Cidades: 31/03/2012